quinta-feira, 18 de abril de 2024

LEALDADE

    RUDOLF GENRO GESSINGER

   Toda relação interpessoal verdadeira tem como esteio a lealdade. O mesmo vale para a relação entre animais domésticos ou deles para com seus tutores.

Tanto são dignos os bichinhos que o Canadá alterou sua legislação, poucos anos atrás, para considera-los “pessoas não humanas” ao invés de coisas, como entende o nosso Direito. A faxina vintenária do Código Civil, ainda em andamento, tende a posicionar a tutela jurídica dos animais de estimação perto ou junto da regulamentação sobre a(s) família(s). 

Vejo a lealdade brilhar no transparente olhar da Sissi, cadela Boxer tutelada pelos meus pais e por mim, em menor medida de tempo, mas em igual intensidade de carinho. Evidentemente, existe lealdade no mundo dos homens, ainda que estejam se distanciando pela instantaneidade da comunicação, pela liquidez das relações e por outros paradoxos de nosso tempo.

Mesmo assim, considero seguro afirmar que a racionalidade nos leva a julgar absolutamente tudo, ponderar sobre todo e qualquer assunto, em detrimento da lealdade, se necessário for. Sobem à cabeça as potenciais vantagens. Até que ponto as pessoas estão prontas para sacrificar seu bem-estar para a proteção do outro?

Uma pessoa leal pensa no melhor para o seu grupo antes de pleitear vaga num clube de vantagens. O futuro depende de sacrifícios, de tempo empreendido, de prioridades. Tudo que exige sacrifícios é extremamente difícil de ser executado com boa vontade por qualquer indivíduo. Apenas aqueles que olham para o futuro sacrificam algo no presente.

O presente é uma dádiva para o teu futuro: pode enxergar assim! E como é triste alguém que olha para o presente como seu próprio fim. A tristeza do imediatismo corrompe a lealdade, pois só se consegue ser leal aos seus próprios interesses momentâneos.

Ser leal muitas vezes se traduz na necessidade de ser rígido com pessoas da tua mais alta estima. Ralhar teu cachorro para afastá-lo de um perigo oculto para ele. E passar a mão na cabeça de quem comete verdadeiros atentados contra o futuro não é uma prova de lealdade, mas de covardia.

Tomar decisões duras e agir em favor de algo melhor é encargo da lealdade. Parte de ser leal é aceitar o peso das tuas decisões. Pode ser triste aceitar que pessoas a quem foste leal simplesmente partam por não suportarem o sacrifício por um futuro melhor. É esse o preço.

Finalizo esse humilde texto agradecendo à lealdade de Alex Kunrath - santa-cruzense de coração - que, há quase dez anos, cultiva comigo uma amizade de reflexões, comemorações e frieza para planejar decisões difíceis.

quinta-feira, 21 de março de 2024

DIREITO DE NASCER?

 

RUDOLF GENRO GESSINGER

https://www.gaz.com.br/direito-de-nascer


          “Mãe, que me tens no ventre,

          Dá-me o direito de nascer

          Pai, quando eu nascer,

          Dá-me o direito de viver”

          Eu mesmo arredondei para o Português Brasileiro esse trecho de uma música cantada pela caboverdiana Cesária Évora. Fica clara a posição dela em relação ao aborto, tema que chacoalhou noticiários e redes sociais no último Dia Internacional da Mulher.

          Para quem não acompanhou, a França se tornou o primeiro país a consagrar constitucionalmente o direito da mulher em se submeter ao aborto voluntariamente até a 14ª semana de gestação, justamente no dia 8 de março. Já existia lei no mesmo sentido desde 1975, mas a elevação de status da norma para o âmbito constitucional a reveste de um respaldo máximo por parte do Estado francês.

Historicamente acostumado a decisões revolucionárias, boa parte do povo francês aplaudiu quando a notícia apareceu, em diversos idiomas, projetada na Torre Eiffel, evento que foi comemorado como conquista das mulheres. Aliás, a finada Cesária Évora residiu em Paris.

 O presidente da França, inclusive, pretende que a emenda constitucional também seja incluída na Carta de Direitos Fundamentais da União Europeia, para que o direito fundamental ao aborto possa ser constitucionalizado por todos os países membros do bloco. 

O fundamento jurídico do direito ao aborto na França é razoável: a mulher tem o direito de livremente dispor dos seus nutrientes corporais, podendo interromper uma gravidez indesejada se assim quiser. Claramente, lá se adota a teoria natalista da personalidade civil, ou seja, um indivíduo só é sujeito de direitos depois de nascer com vida. Por outro lado, a teoria concepcionista ensina que o nascituro (embrião) tem certos direitos de personalidade protegidos pelo Estado, tais como nome, imagem e sepultura, caso nasça morto. Menciono, por fim, que existe uma terceira teoria da personalidade civil, aplicada no Direito Espanhol, mas a considero bizarra e não merecedora de aprofundamento nesse espaço.

No nosso Direito, o aborto só é legalmente possível caso a gravidez seja resultado de violência sexual ou represente perigo de vida para a gestante. Brasil afora, existem legislações municipais esdrúxulas (e formalmente inconstitucionais), que “possibilitam” à gestante ouvir os batimentos cardíacos do feto antes da realização de aborto autorizado. Perdeu-se a oportunidade de pedir para que Augusto dos Anjos descrevesse poeticamente essa situação constrangedora.

Para terminar a polêmica no Brasil, como foi feito na França, poderíamos fazer constar na Constituição da República que o feto tem o direito de nascer, salvo nas exceções previstas na legislação, ou que a gestante tem o direito de escolher se leva adiante ou interrompe uma gravidez anterior ao 14º mês de gestação.

 De uma forma ou de outra, parabéns a todas pelo Dia Internacional da Mulher!


ALEGRIA

 

           RUDOLF GENRO GESSINGER

        https://www.gaz.com.br/alegria


                No próximo domingo, completo 28 anos de idade.

          No meu aniversário me sinto tanto sonhador quanto nostálgico; vaqueano em algumas coisas, cru em outras. Estou convencido de que uma vida sem sonhos não tem valor, nem cor, nem amor por si própria.

               Fico feliz em todo 10 de março por ser o réveillon em que quem é meu comemora junto comigo. Correm os anos e sempre os mesmos se sobressaem para me oferecer consolo, conselhos e carinho nos meus maus momentos: faço questão da presença deles quando organizo alguma comemoração.

               Tem pessoas que nunca esquecem de me mandar parabéns e essas me surpreendem a cada ano com o carinho que demonstram.

               Sempre me lembro também da alegria de ligações que não chegam mais, de gente querida que já se foi. Era um evento no meu dia quando a tia Estelinha ligava para me dar parabéns; curiosamente, ela detestava o próprio aniversário.

               Considero fundamental para o desenvolvimento pessoal e social das crianças as festinhas com o máximo de amiguinhos possível, balões, bolo, doces e refrigerantes (sei que se deve evitar o excesso de açúcares independente da idade, mas os aniversariantes merecem especial tolerância). Afinal, se dependesse das crianças, todos os outros dias do ano teriam aquela mesma alegria pela vida.

               Tive umas quantas festinhas de aniversário divertidas, mas confesso que mesmo o Rudolf criança sempre preferiu o calmo testemunho do tempo que presta quem tem mais idade.

               Quantas histórias me contou Nico Fagundes, bah!

               Meu pai, disparado, é quem mais gosta de contar os causos e vivências dele. Ajudei a compilar seus melhores textos num livro, inclusive. Seguido pego esse livro - intitulado Trilhas, Rumos e Enroscos - e leio numa sentada.

              Recentemente, li de cabo a rabo o livro Causos e Patacoadas do meu amigo e ídolo Nenito Sarturi, num voo entre Rio de Janeiro e Porto Alegre. Recomendo a leitura dessa obra mesmo para quem não é familiarizado com as expressões e tradições campeiras.

               Por todas essas razões, resolvi que meu aniversário desse ano vai ser um churrasco pro "velharedo", composto de amigos mais velhos e parentes. Eu mesmo vou assar e servir a carne para o pessoal, como aprendi frequentando as casas das famílias de meus melhores amigos em Santiago, capital da qualidade de vida.

               Em volta das quantas histórias que vou conhecer ou relembrar, vai pairar a alegria de ainda ter junto de mim meu "velharedo" e de perceber que a história de uma vida é a casa que a gente constrói com muitos tijolos emprestados pelos outros.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

PREVALECE A LIBERDADE

Rudolf Genro Gessinger    

Advogado e Produtor Rural 

https://www.gaz.com.br/prevalece-a-liberdade/


O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu o ano forense fixando a seguinte tese: “Nos casamentos e uniões estáveis envolvendo pessoa maior de 70 anos, o regime de separação de bens previsto no artigo 1.642, II do Código Civil, pode ser afastado por expressa manifestação de vontade das partes, mediante escritura pública”. Consagrou-se uma ideia que há tempos era defendida pelos estudiosos do assunto. 

De antemão, peço perdão aos colegas operadores do Direito por eventual simplificação excessiva do conhecimento técnico que baseia o raciocínio que vou desenvolver. Acredito que seja fundamental saber transmitir o Direito para fora de nosso círculo.     

Traduzindo para o leitor não acostumado ao rebuscado linguajar jurídico: quem tiver mais de 70 anos de idade não fica mais obrigado a casar ou celebrar união estável num regime de bens em que o patrimônio permaneça exclusivamente seu. Ainda não é lei, mas o novo entendimento do STF passa a ter a mesma força.

A recém derrubada “blindagem” do regime de separação obrigatória de bens se justificava, em teoria, pela proteção da (futura) herança dos filhos contra casamentos por interesses econômico-patrimoniais. Vale lembrar que o Código Civil, lei que regula a vida das pessoas desde nascimento até depois da morte, foi pensado, em maioria dos seus institutos, na década de 1960, quando a expectativa de vida do brasileiro era, em média, de 52,5 anos. Atualmente, é de 77 anos, em média.

No meio do caminho, em 1988, foi promulgada uma nova Constituição da República. Nessa oportunidade, foram hasteadas as bandeiras da liberdade, da igualdade e, mais alto que todas, da dignidade da pessoa humana.

O STF, tribunal que existe para e por causa da Constituição, justificou nesses três valores que a autonomia de vontade da pessoa maior de 70 anos deve ser respeitada, podendo ela, por meio de escritura pública, optar por regime diverso da separação obrigatória de bens para seu casamento ou união estável. 

Nada mais coerente, afinal, pessoas maiores de 70 anos podem votar e ser votadas, abrir empresas, celebrar contratos, enfim, dar novos rumos às suas vidas e dispor livremente de seu patrimônio sem que sejam obrigadas a preservar eventual herança para seus descendentes. 

Digo mais, pessoas maiores de 70 anos podem ocupar o cargo de Ministro do STF, pois a idade para aposentadoria compulsória foi aumentada para 75 anos em 2015, com a aprovação da PEC da Bengala. 

Atualmente, temos um Ministro maior de 70 anos em nossa Suprema Corte: Luiz Fux. O paradoxo que havia é que Fux, no meu exemplo, era encarregado de julgar os processos mais importantes do país, em razão do seu nobre cargo. Em sua vida pessoal, entretanto, um critério objetivo impedia Fux de escolher qual regime de bens era melhor para seu casamento.    

O novo entendimento do STF ergue as cancelas da liberdade e consagra a autonomia da vontade das pessoas maiores de 70 anos.

Enquanto uma comissão de juristas debate a respeito da atualização do Código Civil, o STF cumpriu seu papel de guardião da Constituição da República ao suprimir uma barreira legal à liberdade de disposição patrimonial das pessoas maiores de 70 anos, que passam a não ser mais compelidas a casar ou celebrar união estável pelo regime da separação obrigatória de bens.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

NUMA SANGA




Rudolf Genro Gessinger

Advogado e Produtor Rural


Esse lugar começa num buraco no campo, quase no topo de um cerro, de onde brota a água mais pura que conheço. Inúmeras vertentes pequenas temperam a nascente que a mata ciliar protege e que, entre passo, remanso, lajeado e cachoeira, serpenteia quilômetro e tanto da Sanga que, quase no Itacurubi, entrega suas águas à Restinga de Santa Maria.

Remoto e intocado, a natureza borbulha no lugar para onde, de quando em quando, retorno para me banhar de paz.

Claro que os Bugios roncam alto para tentar espantar eu e a fogueira onde asso meu almoço, assim como as Mutucas se botam nas minhas canelas. Sempre protegi aquele paraíso, mas seus verdadeiros donos fazem questão de me lembrar que eu não sou uma das criaturas que pertencem àquele lugar.

Quem me dá boas-vindas são centenas de Lambaris que me beliscam por todo corpo e peleiam pelas lascas de carne e migalhas de pão que boiam pra lá de mim.

As folhas dos Pau-Ferros acariciam o vento com o verde mais lindo que existe, assim como várias outras árvores se torcem para vencer a gravidade firmando as barrancas com a maçaroca de suas raízes.

A Cigarra faz mais barulho no mormaço e a Gralha Picaça canta alto depois que termina a garoa.

Só o tombo da tarde me obriga a sair da água cristalina que é fonte de vida e espelho de luz. Na volta para a cidade, assisto o Sol fugindo para a Argentina.

Em pensamento e oração, peço ao Sol que, no seu retorno, leve para a Sanga o sereno final da minha saudade reiúna.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

O NATAL NÃO É MAIS O MESMO...

Sou proveniente de famílias para as quais o Natal era o cume do ano todo. Minhas avós, minha mãe, se esmeravam em preparar o presépio com  um mês de antecedência. Tiravam os enfeites dos baús centenários e erguiam esse pequenino mundo tendo ao centro o menino Jesus. O pinheirinho era natural.

O Natal era comemorado dia 25 mesmo, e não tinha nada dessas festas pantagruélicas que hoje se fazem dia 24.

Minhas irmãs, meus pais e eu íamos à missa bem cedo em Santa Cruz e, após, embarcávamos na caminhonete Dodge 1951, rumando  a Boa Vista.

Aquele fervor religioso deu lugar a outras atrações. O Natal passou a ser uma "festa" a mais das tantas que existem.

O Natal se banalizou, assim como o carnaval, os aniversários, os casamentos, as formaturas.

Aí entro no tormentoso assunto das “datas”. 

Dia dos pais: há que tirar pessoas em provecta idade de suas casas, entrar nas filas enormes dos restaurantes, os pobres anciãos tendo uma hipoglicemia, tudo porque seus filhos e netos têm que lhes demonstrar, de modo tonitroante, “seu amor”. 

Dia das Mães, mais um momento de correr para lá e para cá catando missangas e tarecos, para evidenciar sua afeição.

Voltemos ao Natal.  Me expliquem por favor, a saúde do que  fogos e rojões? Que coisa mais enlouquecedora. Pelo que li nas escrituras, Maria e José eram pobres e seu filho nasceu numa manjedoura. Mas agora há que consultar os oráculos da moda para se saber qual a cor da roupa que melhor se coaduna para esse momento chique. Até as jóias e adornos têm que ser de ouro legítimo. Não cessa aí a ritualística profana. É fundamental comprar  presentes e mais presentes que as pessoas vão  abrindo freneticamente, olhando num átimo e abrindo mais e mais pacotes. Mais: urge que se corra para o “facebook” ou “instagram” e se divulgue, sem tardança, as “selfies” e demais fotos que comprovem  a todos, quão se é feliz… Não basta ser feliz, isso assim não adianta. É vital demonstrar, ruidosamente, nosso êxtase aos outros. Ao fundo ruge uma “música” que elege a percussão como prioridade (“Jesus , alegria dos homens”, de Bach, nem pensar). Sem querer ser irônico demais, mas o sendo assumidamente, creio que os Natais de presépios, de lindas e mansas canções, das celebrações litúrgicas eram mais charmosos, na humildade das decorações, na crença real de que se comemorava o surgimento de um Messias. 

E o aniversariante ?  o que deu início à Cristandade? 

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

CARTA A UM FILHO

 


Aos 13/07/2013, escrevi esta carta ao meu filho Rudolf:

“Hoje tens 17 anos de idade.

Deves te lembrar que desde pequeno sempre te disse que Dom Pedro II assumiu o Império ainda piá e não morreu por causa disso.

Como te  disse que eu “coqueava” sacos a partir de 12 anos no armazém de meu pai e não morri.

Quando tu tinhas dez anos eu comecei com um programa de Rádio na Pampa, ao vivo, domingos das 7 às 9,30 da manhã. 

Tu e tua mãe me acompanharam durante 4 anos, com geada ou calor. Tu anotavas os telefonemas dos ouvintes.

Ontem tu e eu viemos para Xangri-Lá a fim de passarmos uns dias juntos e jogarmos tênis.

Tocou o celular, era o nosso Capataz dizendo haver um interessado em 50 vacas nossas e pagava um preço  muito bom e a vista.

Temos por norma jamais pesar gado sem eu estar junto. Mas eu tinha um compromisso no dia da pesagem.

Mal tínhamos chegado e disseste:

- deixa que eu vou a Unistalda!

Tínhamos almoçado com uns amigos e já foste comprar a passagem de Capão a Porto Alegre.

À meia noite embarcas para Santiago, onde chegas às 6 da manhã.

Em seguida acompanhas, ao lado da balança, a pesagem das vacas. 

Fazes  a conta do valor a ser pago e receberás o pagamento. Amanhã à meia noite tomas o ônibus de volta.  Chegas 6 da manhã em Porto Alegre e vais direito ao Colégio Rosário.

Nunca nem te falei em viajares para a Disney. Não te deixo beber álcool. Não te "floxo" os pilas.

Mas sempre te ponho a par dos nossos negócios. No começo te obrigava a ler ao menos dois jornais por dia. Hoje o fazes espontaneamente.

Espero estar certo em te levar de rédea curta.

Gostei do teu gesto de me quebrares esse galho, meu parceiro de negócios!

Méritos grandes de tua mãe, que muito te puxou as orelhas e não te deu mole mesmo!”

Corta. 

Passados 10 anos, hoje ele com 27, advogado, cuida dos nossos negócios, em especial da Fazenda. 


quinta-feira, 2 de novembro de 2023

REFLEXÕES NOTURNAS

Estava pensando. Aquele  que criou e bolou o Universo teve um lance: só o Homem não tem memória de algumas coisas. As fêmeas bovídeas, por exemplo, aos 3 anos podem parir. E fazem seu parto sozinhas. Os joão-de-barro fazem suas casas com  perfeição. Não precisam de ir à escola. O chip deles está instalado desde todo o tempo.

Os animais humanos têm que passar trinta anos nos educandários para às vezes não seguirem suas profissões.
Agora corta para a floresta: tudo está encadeado. Todos têm seus predadores de sorte que não tem como só as formigas mandarem. Ou só as cobras.
O Homem é um animal  mamífero. Leva um ano para caminhar, enquanto que os potros caminham com dois minutos de vida.
O Homem é um mamífero, mas se acha Deus.
O problema é que ele não tem predadores.
Por isso, lamentavelmente, a Terra não vai mais aguentar o desequilíbrio desse ocupante .
Fico me perguntando: como é que só cabe um boi por hectare de campo e cabem milhões e milhões de mamíferos humanos nas cidades, onde já há escassez de água?
Não há outra saída a não ser a limitação  de filhos.
….

É claro que um dia vou morrer.
Então está tudo pronto: cremação rápida e cinzas espalhadas nos lugares em que me fui feliz.

Que mal tem  falar “de sua última morada”?
Gosto muito de visitar jazigos.Um é o belo cemitério da Recoleta em Buenos Aires, um recanto cheio de História e Arte?
E os belos cemitérios da Alemanha.
E os interessantes jazigos de Santiago, que retratam as famílias tradicionais.
E os de Santa Cruz, com tantas lápides em alemão?

….

Volta e volta e o assunto dos sinos está em pauta. Uns anos atrás um promotor brandiu contra os sinos, não me lembro mais onde. O Promotor não conseguia dormir por causa dos sinos. 

Pois é.
Como vocês sabem, me criei em Santa Cruz do Sul. Na época era uma cidade do tamanho de Jaguari, Palmares, Nova Santa Rita, algo assim. Nossa portentosa catedral gótica, com suas  magníficas torres, abrigam quatro sinos. Não me lembro agora em que notas esses sinos são afinados. Mas um deve ser em sustenido.
Quando havia uma missa solene, os quatro tocavam ao mesmo tempo, gloriosamente.
Aviso de falecimento, dependia: se fosse criança era um tipo de toque; se de mulher, outro; se de homem, ainda outro.
Eu ajudava a tocar o sino aos domingos.
Na Alemanha, numa vilinha, um chato desses quis acabar com os toques de sinos.
Sabe quem protestou?  os doentes e os idosos, que ficavam sem dormir horas da madrugada. E as horas, dadas pelos sinos, lhes faziam companhia.

(Colaborou nesse texto Maristela Genro Gessinger)


sexta-feira, 20 de outubro de 2023

SAÚDE É VIDA

 Falarei um pouco sobre saúde em geral, conquanto  eu seja um leigo.

Graças a Deus sempre tive boa  saúde. Mas é inexorável que a idade chegue.

Tem que cuidar dos olhos, senão te tiram a carteira de motorista. 

Certo dia me deu vontade de comprar um caminhão lá para a fazenda. Tive que fazer novo exame da carteira. Rodei porque me  faltavam alguns requisitos. No fim tratei dos olhos e consegui a carteira profissional. Depois de um tempo deixei passar o período e voltei para a carteira normal. É muito complicado dirigir caminhão. Achei que seria melhor terceirizar um caminhão quando necessário. Coisa lógica, mas às vezes a gente exagera. Voltando sobre saúde. 

Devagarinho a natureza me tirou do futebol e do vôlei. No tênis tive que me resignar para jogar preferentemente nas duplas.

As caminhadas são excelentes, de preferência na beira da praia, mas caminhando. Correr só em pequenas distâncias.

Esses dias senti que, ao mastigar a carne de churrasco, tive dificuldade e até uma dorzinha. Relatei ao meu querido sobrinho Leo Kraether e pronto; meu caso era uma ATM (Articulação Temporomandibular). Ou seja, me doía quando abria a boca se o pedaço de carne fosse muito grande. 

Não dei muita bola inicialmente. Mas ao fim tive que me render.

Nada melhor que chamar meu sobrinho e fazer uma viagem a Santa Cruz do Sul, minha querida terra natal. Fui para lá  com minha mulher e um dos meus filhos, o Rudolf.

Fomos ao Hospital Ana Nery. Que espetáculo de recepção e tratamento.

Há muito tempo não estava por aqueles lados, mas um aplicativo nos salvou e nos levou direitinho ao local do Hospital.

Obrigado pessoal do Hospital. Grato  meu querido sobrinho Leo, filho da minha falecida irmã Cleonice.

Terminados os procedimentos voltamos a Porto Alegre.  Foi uma bela epopéia. Tínhamos saído de Porto Alegre às seis da manhã, chegamos a Santa Cruz às 8,30. Entramos às 10 no Hospital. Saímos às 14. Chegamos em Porto Alegre às 17.

Naquele dia estávamos com sorte,  sem a tranqueira das estradas.

Que bom é resolver sem tardança os problemas de saúde. Não deixar para depois. Enfrentar sem medo a situação.

Um amigo meu, da minha idade, confessou-me que estava com um problema na próstata.

Sugeri que fosse consultar um médico. Não quis.

Cada vez que o via mais magro estava. Era um cantor bastante conhecido. Quando se propôs ao tratamento já era tarde.

Certo é  que em Santa Cruz o atendimento à saúde é muito bom. 


quinta-feira, 5 de outubro de 2023

PARTIU MEU PARCEIRO

 Eu recém chegara, como juiz de direito, promovido de Arroio do Meio, para Santiago. Fui muito bem recebido. Santiago era e é uma  cidade muito, mas muito querida. 

Tratei de baixar as pilhas de processos. 

Com tal fato fui promovido, por merecimento, para outra Comarca. Fiquei só dois anos em Santiago, mas as raízes ficaram.

Fui andando e já como Desembargador conheci o amor da minha vida.

Nova estada fiz em Santiago, desta vez casado com Maristela, minha adorada.

Uma grande amizade que fiz em Santiago foi com uma pessoa vinda de uma família antiga e nobre.

Trata-se de Ítalo Minuzzi.

Era um homem extremamente correto. Dava-se com todas as pessoas. Não pretendia nada com a política. 

Comecei a falar com ele e formamos uma dupla de tênis. Éramos inseparáveis e todas as tardes, depois da hora de expediente, íamos para a quadra. Nas duplas ele  estava muito treinado. Era de uma inteligência nata. 

Não havia necessidade de explicar as regras  do tênis, que por vezes são  esquecidas principalmente com a ética.

Nada de gritos, discussões (como é no futebol, onde reina a bagunça).

Esse meu querido companheiro era um homem exemplar. Ele começou a dar aulas de tênis para jovens e crianças, gratuitamente.

Nunca reclamava quando jogava “às verdas” e perdia. Quando uma bola era duvidosa, se era boa ou fora, ele prontamente dava contra si.

Eu ia muito seguidamente a Santiago para ver como iam nossos negócios e  o procurava tão logo chegava na cidade.

Era algo maravilhoso, porque nos sentávamos perto da quadra e íamos conversando.

Nos encontros com amigos, Ítalo  era o primeiro a se prestar para assar o churrasco. Era de uma sensibilidade muito grande. Jamais o vi ou ouvi falando mal de quem quer que fosse.

Volto  para nossa casa em Santiago e na da Fazenda.

Fiquei, por motivos de negócios, uns meses sem encontrá-lo.

Acontece que meu inesquecível parceiro estava com problemas de saúde  e teve que ser hospitalizado. 

Achei que não era algo tão grave. 

Pois é: meu amigo e atleta querido, se foi sem avisar.

Trocou de parceiro celestial. Foi para o céu.

Deverá estar ensinando tênis aos anjos.


quinta-feira, 21 de setembro de 2023

MINÚCIAS - PARTE II

Meu filho Rudolf Genro Gessinger, advogado e proprietário rural, observou com muita acuidade coisas que nem todos conhecem. Dei abrigo a ele na minha coluna da Gazeta, resta a ele agora procurar seu espaço:

“Entre outros exemplos que se poderia dar, cada profissional do campo - incluindo o patrão - era responsável por um certo e curto repertório de tarefas. Não que sobrasse mão de obra, pois o êxodo rural que progride desde a década de 1960 encoraja cada vez mais campeiros a cambiar o largo dos campos pelos bretes da cidade. Como reflexo desse movimento, os ranchos e pequenas estâncias foram desaparecendo, dando lugar a grandes áreas de poucos donos. 

A gestão sobre essas grandes áreas não era tão rígida há 20 anos - e quanto mais pra trás, menos ainda - pois muitas tarefas eram delegadas sem critérios bem definidos e não havia um controle preciso sobre o que exatamente estava acontecendo numa estância. Entre faltas e excessos, as coisas corriam frouxo, principalmente para quem não tinha financiamento para pagar, e se tropa, rebanho e manada eram considerados “gordos e sãos de lombo”, estava tudo certo.  

Pode-se dizer que as relações de trabalho eram muito mais maleáveis em todos os sentidos. Os filhos do capataz nem bem largavam a teta e já saíam campo a fora. Lidas rápidas e menos brutas como buscar as vacas de leite de manhã não raro eram feitas por um piá de 6 anos sozinho, que depois pegava seu transporte na porteira para ir pra aula. Era sua forma de ajudar a família, pois encurtava o serviço do pai. A remuneração poderia ser toda in natura e não se enxergava problema nenhum nisso, 20 anos atrás.

Na época da tosquia, não era incomum que profissionais - que, assim como no caso do alambrador, não necessariamente eram peões - trabalhassem “pela bóia” e por alguns pelegos cada um, os quais eles mesmos lavavam na sanga depois da lida. Os patrões não tinham tanto receio de problemas trabalhistas 20 anos atrás: o empregado que batesse às portas da Justiça do Trabalho podia desistir de conseguir serviço em toda a região. Espalhava-se ligeiro uma lista negra não escrita.

Tenho notado que, ao longo dos últimos 20 anos, a realidade do campo, enquanto lugar de trabalho, tem abandonado padrões seculares para adotar, como tinha antevisto Pedro Ortaça, a uma postura de ambiente profissional, no qual se busca aumentar a produção com planejamento, controle e otimização em cada uma das etapas da cadeia produtiva, buscando a maximização dos resultados, tal qual ocorre numa empresa na cidade.”

terça-feira, 12 de setembro de 2023

TITO GUARNIERE

 TITO GUARNIERE

 

UM PRESIDENTE ENTEDIADO COM O BRASIL

 

É impressionante como Lula se dedica ao destino do mundo e como ele desconsidera o fato de que a tarefa que lhe foi confiada pelos brasileiros foi governar o Brasil, resolver e encaminhar as soluções para os problemas do país.

O presidente tem uma visão restrita e limitada da função. Ele parece entediado com o Brasil. No caso, tudo o que ele aparenta buscar – a qualquer custo - é uma maioria folgada no Parlamento, que lhe permita andar pelo mundo com as suas chorumelas, cobrando dos demais governantes ( principalmente os dos países ricos ) as soluções que salvarão o planeta.

Desse modo ele vai à Delhi, na Índia, e diante do G-20 – os 20 países mais ricos do mundo - , faz a autocrítica em nome de todo o colegiado e bate de frente contra o neoliberalismo, a versão supostamente mais sórdida do capitalismo. É o santo guerreiro contra o dragão da maldade.

 A pobreza, as desigualdades decorrem de uma conspiração dos ricos e dos poderosos, os bem-nascidos do centro do mundo. Claro, os Estados Unidos à frente, o grande mentor, executor e beneficiário da trama sinistra. Lula acredita que dessa forma, condenando os países ricos, se chegará finalmente à redenção da humanidade e que assim será lembrado pela história. Ele acredita em Marilena Chauí, que cunhou a frase famosa: " quando Lula fala, o mundo se ilumina".

Criticando a concentração da renda na mão dos ricos, ele passa ao largo do fato notório : o Brasil é um campeão das desigualdades sociais e da concentração da renda e da riqueza.

É verdade que as ações do seu governo têm o propósito de minorar a pobreza e, portanto, reduzir as desigualdades. Mas o conjunto das proposições se resume às fórmulas envelhecidas do Estado indutor e produtor de toda a riqueza. 

São escassas as palavras e as ações do governo no sentido de incentivar os investimentos, facilitar as atividades produtivas, criar um ambiente que facilite a abertura e o desenvolvimento de negócios, empresas e agentes econômicos. O governo Lula não gosta do mercado, não gosta de empresários, não gosta de empresas. Tudo tem de vir do Estado, o velho e ruim Estado, que em passe de mágica, fará brotar do chão os bens, os serviços, as riquezas. 

Se um governo anterior, como o de Temer, promove uma reforma, ainda que pífia, como a reforma trabalhista, que de algum modo barateia os custos do emprego no Brasil, entre os mais altos do mundo, hordas de arautos saem a campo para afirmar que estão retirando direitos e prejudicando a classe trabalhadora. É como se fosse possível criar os empregos sem as empresas. 

O governo do PT é bom para chacoalhar as árvores e colher as frutas. Mas o partido não tem a menor vocação para plantá-las, cultivá-las até que se tornem produtivas.

 

titoguarniere@terra.com.br


quinta-feira, 7 de setembro de 2023

AS MINÚCIAS DO NOSSO ESTADO

 O Rio Grande do Sul é interessantíssimo. Em Pelotas fala-se de um jeito, em Porto Alegre é outro e assim vai. Mas o que me assombra é o “você” entre as crianças. As professoras gostam de usá-lo. O “tu” está quase condenado à morte.

Mas existem lugares com uma fala muito interessante. Elas se situam na região perto de Santiago e proximidades. 

Meu filho, Rudolf Genro Gessinger, que praticamente se criou na nossa fazenda, é graduado em Direito pela PUC de Porto Alegre, tem pós-graduação pela mesma faculdade, e cuida do nosso escritório perto do Palácio do Governo.

Vou dar ao meu filho a palavra:

“Em Timbre de Galo, o lendário Pedro Ortaça já anunciava que "o campo é quase a cidade". O campo ainda era, 20 anos atrás, um lugar regulamentado principalmente por usos e costumes da região. Os valores de seriedade, simplicidade e valentia eram lema para homens e mulheres que dificilmente mudavam de domicílio ou se deslocavam grandes distâncias por consideráveis períodos de tempo. 

20 anos atrás, ainda não havia luz em muitas estâncias da região das missões e fronteira oeste. O sinal de telefone era fraco e maioria da peonada nunca tinha acessado a internet. Em verdade, mal e mal sabiam do que se tratava. Até mesmo o modo de se expressar do profissional do campo era vago e impreciso. 

Um rádio ligado alto no galpão fornecia as notícias regionais e proporcionava distração para os momentos de intervalo e folga. Era difícil ter televisão na estância, fora a do patrão. Se tinha, era à parabólica. 

O trabalhador rural era o que tinha se criado por ali. Havia, em regra, frequentado a escola agrícola. Fora dela, normalmente não era manso no estudo. Estudar era caro, longe e sem muito sentido para quem aprendeu o que sabia pela experiência e pelos costumes que eram lhe passados.

Assim, existiam profissionais especializados em só uma atividade rural. As microrregões tinham um homem que era conhecido por ser, por exemplo, o alambrador. 

O alambrador, em geral, era o homem que lidava com o aramado (as cercas) ou ficava de caseiro, ponto. Para começar, o alambrador era, em maioria, um profissional autônomo, de forma que não era peão de ninguém. No máximo peão por dia (leia-se, para uma lida específica em que se precise de mais gente).

Quando precisava revisar uma cerca, era só chamar o alambrador. Nenhum peão de campo, 20 anos atrás, pararia a lida para consertar o aramado. Interromper a doma, então, menos ainda.

O pior dos castigos para um peão campeiro é manda-lo carpir, desde sempre e até hoje. Tanto é que existe um dito para quem, digamos, está sendo inconveniente: "mas vai carpir um lote!".” (Continua)

terça-feira, 29 de agosto de 2023

SEM PARAR O PANO

 TITO GUARNIERE

 

SEM PASSAR O PANO

 

Faço uma breve revisita aos assuntos da semana. Uma repassada – sem passar o pano.

Chegou aos olhos e aos ouvidos da Inteligência do governo que certos setores do bolsonarismo andam se movimentando para agitar o Sete de Setembro que se aproxima. Não surpreende. Essa gente se apropriou dos símbolos nacionais como a bandeira, e querem tomar para si também a data nacional. Só por essas atitudes já deveriam merecer, isto sim, o repúdio nacional. 

Mas não creio que desta vez eles terão a folga que usufruíram em 8 de janeiro. O governo já está bem mais estruturado, todos nós já sabemos do que os "patriotas" são capazes quando se reúnem para manifestações. Além disso, o Exército parece ter aprendido a lição e não existem mais os acampamentos ao redor dos quartéis. Antes as nossas briosas forças armadas não notaram o viés golpista daqueles ajuntamentos. Ou notaram e por isso não fizeram nada? 

Mas os efeitos nefandos do janeiraço ainda persistem. Em Porto Alegre um vereador da cidade fez aprovar na Câmara Municipal a criação do Dia do Patriota, escolhendo a data de 8 de janeiro para a "comemoração". Era o que faltava, mas não vai colar.

Vira e mexe, o enxofre do imposto sindical invade os ares, vindo de onde é mais óbvio. Desta feita, quem sugere o ressurgimento é o ministro do Trabalho, o notório Luiz Marinho(PT). Eles não gostam que chamem de "imposto sindical". Mas imposto é. Por que o que eles querem – mesmo, de verdade – é uma contribuição voluntária, porém obrigatória, se me entendem. 

O deputado Aécio Neves às vezes volta ao noticiário. Ele provocou o presidente Lula, que havia instado o povo brasileiro a pedir desculpas a Dilma Rousseff pelo impeachment. 

O que me chamou a atenção foram os comentários de leitores na Folha. A maioria era de petistas, dizendo que Aécio era corrupto e não tinha moral para falar de Dilma. Ora, Aécio – que não é meu personagem predileto – é tão ou mais inocentado pela Justiça quanto Lula. Assim, a Justiça que inocentou Lula foi honorável e justa. Porém se a mesma Justiça inocentou Aécio isso não importa: ele continua sendo corrupto. 

O PT está buscando uma forma de compensar Dilma pelo impeachment. Uma ideia: a devolução simbólica do mandato presidencial que lhe foi retirado. Tudo bem, sendo simbólico não vai doer. Mas que se imponha uma condição : que o discurso de "posse" seja em idioma dilmês.

 O Brasil foi vítima de mais um apagão. Janja, a primeira-dama, antes mesmo de qualquer investigação lascou o diagnóstico: foi por causa da privatização da Eletrobras. E todos aqueles apagões que aconteceram durante anos a fio antes da privatização foram por culpa de quem? Não seria da Eletrobras estatal?

 

Foi a mesma coisa com os desastres da Vale de Brumadinho e Mariana. Os anti privatistas se apressaram em culpar a Vale privatizada. Se esqueceram um detalhe: as duas

barragens que ruíram , causando destruição e mortes, foram construídas quando a Vale era estatal.

 As esquerdas, os petistas em geral, estão enfurecidos com a atuação de Cristiano Zanin. Todos os votos do indicado de Lula no STF parecem formulados por um ministro "terrivelmente evangélico".

 

titoguarniere@terra.com.br